Em 2010, o Comitê para Democratização da Informática de Santa Catarina (CPDI), visando facilitar o cumprimento de sua missão, qual seja: permitir que cidadãos que vivem em condições de vulnerabilidade socioeconômica, tenham acesso aos recursos tenham acesso aos recursos e aos benefícios proporcionados pela informática, implantou o Programa ReciclaTec.

O Programa ReciclaTec, além de incentivar a doação de equipamentos usados de informática, tem como objetivo reciclar, recondicionar e dar um destino adequado aos resíduos desses eletrônicos que geralmente seriam descartados.

Para tanto, o ReciclaTec segue estratégias para gerir de forma responsável e consciente os resíduos eletrônicos produzidos diariamente pela sociedade, investindo na informação referente a essa temática e em novas formas de tecnologias de coleta, separação e reciclagem deste material.

Desta forma, o Programa contribuiu fundamentalmente para a montagem de laboratórios de informática para as comunidades atendidas pelo CPDI em todo o Estado de Santa Catarina.

Com 10 anos do Programa, completados em 2020, foram beneficiadas mais de 20 mil pessoas com cursos de informática e acesso à internet.

O Programa iniciou com a montagem de um Centro de Reciclagem Tecnológica (CERTEC) e de uma rede de Postos de Entrega Voluntária (PEV) de equipamentos usados de informática.

Os equipamentos recebidos são levados ao CERTEC, onde passam por uma triagem que determina quais podem ser reutilizados equais precisam ser descartados. Durante o processo os equipamentos são desmontados e separados por tipo de material, como: alumínio, plástico, placas eletrônicas, chumbo e cobre.

Grande parte desse material é vendido gerando recursos financeiros utilizados para dar sustentabilidade ao programa. O que sobra são materiais que efetivamente são descartados de forma responsável.

Durante sua existência, o Programa ReciclaTec processou mais de 10 mil toneladas de equipamentos de informática, recuperou mais de 5 mil computadores e doou mais de 1 mil para outras organizações da sociedade civil.

O Brasil está na liderança, na América Latina, da produção de lixo eletrônico, também conhecido como e-lixo. A afirmação é de um estudo da Global e-Waste Monitor, que avalia em todo o mundo a quantidade de sujeira criada a partir de computadores, televisores e celulares descartados, por exemplo.

Em outra pesquisa produzida pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é o quinto entre os maiores produtores de lixo eletrônico do mundo. São 1,5 mil toneladas anuais.

Celulares, computadores, impressoras e drones são alguns exemplos de eletrônicos que, perto do fim de suas vidas, podem se tornar e-lixo. Todavia a maior parte desses produtos podem ser reutilizados, remanufaturados ou reciclados de forma a reduzir a geração de resíduos.

A categoria e-lixo inclui tanto “produtos da linha branca” como refrigeradores, máquinas de lavar e micro-ondas, quanto aparelhos eletrônicos como televisores, rádios, computadores, telefones celulares, assim como cartuchos e toners.

Além da crescente quantidade de resíduos que é gerada, outro problema do e-lixo é o despejo inadequado. Os aparelhos têm uma composição química complexa de substâncias altamente tóxicas ao meio ambiente e sua decomposição pode trazer muitos prejuízos à saúde humana.

O Programa ReciclaTec se soma a muitas outras iniciativas para alcançar as metas do milênio estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000.

Apoiadas por 191 nações essas proposições ficaram, inicialmente, conhecidas como Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), e mais tarde como Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Em 2012, a Conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, realizada no Rio de Janeiro, foram produzidos 17 novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que contemplam os desafios ambientais, políticos e econômicos mais urgentes que nosso mundo enfrenta.

Compromissos do CPDI e do Programa ReciclaTec com os ODS:

Erradicação da Pobreza

Através de formações em áreas especificas, para que os alunos tenham condições de buscar trabalho e assim contribuir para uma vida mais digna.

Educação de Qualidade

O projeto procura aumentar substancialmente o número de jovens que tenham habilidades relevantes, inclusive competências técnicas e profissionais, para emprego, trabalho decente e empreendedorismo. Igualdade de acesso para todos os jovens a uma educação de qualidade, formando assim cidadãos conscientes e preparados.

Trabalho decente e crescimento econômico

Apoiar as atividades produtivas, geração de emprego decente, empreendedorismo, criatividade e inovação. Ajudar a reduzir substancialmente a proporção de jovens sem emprego, educação ou formação.

Cidades e comunidades sustentáveis

Reduzir o impacto ambiental negativo nas cidades, inclusive prestando especial atenção à gestão de resíduos municipais e outros.

Consumo e produção responsáveis

Alcançar uma gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos naturais, reduzindo substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso.

Parcerias e meios de implementação

Trabalho sem parceria não existe. Com as parcerias formadas até aqui trabalha-se para uma sociedade mais justa e igualitária. Incentivar e promover parcerias públicas, público-privadas.

*Extraído do livro ‘O Esquecido’, de Heitor Blum S.Thiago.