A ampliação do acesso às tecnologias de informação e comunicação em comunidades que vivem em situação de vulnerabilidade social vem sendo um assunto recorrente nos últimos anos, tanto pelo Estado quanto pela Sociedade Civil Organizada.

Contudo, desde o surgimento da internet e a sua popularização no país, viu-se na informática um meio de promover a educação e a cidadania.

Assim, o conhecimento assume um papel de grande relevância social, uma vez que os avanços da ciência se convertem em soluções práticas do cotidiano, capacitando pessoas intelectualmente e as inserindo na sociedade.

Neste artigo, vamos abordar como as novas tecnologias podem transformar vidas por meio da educação e sobretudo mostrar dados de como a desigualdade social pode ser um entrave para a inclusão social no Brasil.

Internet para todos

Tornar acessível as tecnologias de informação e comunicação para todos os segmentos sociais é hoje, segundo alguns sociólogos, imprescindível para o exercício da cidadania.

Sendo assim, um indivíduo que está incluído no universo digital é capaz de desenvolver novas condições de vida a partir do aproveitamento das potencialidades dessas ferramentas.

Entretanto, não há como pensar na questão do acesso as novas tecnologias sem refletir sobre em que contexto as pessoas se encontram do ponto de vista social.

De fato, as causas de exclusão, mesmo antes da internet, passam pela falta de educação, oportunidades e condições dignas de convivência.

Por isso, a inclusão digital de jovens inseridos em comunidades menos assistidas é de extrema importância em tempos de predominância da cultura digital.

Em suma, entre as infinitas estratégias inclusivas estão as ações e os projetos sociais, promovidos tanto pelo governo quanto pelas organizações da sociedade civil, que facilitam o acesso de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade às tecnologias de informação e comunicação.

Cidadania e qualidade de vida

Experiências que servem de referência aos modelos de inclusão digital, por todo o Brasil, têm promovido práticas efetivas que vem colhendo resultados positivos.

Por exemplo, no sul do país, o Comitê para democratização da Informática (CPDI) destaca-se por proporcionar o empoderamento digital em jovens dos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.

Com a missão de transformar vidas e fortalecer comunidades através da formação em tecnologias da informação e comunicação e de um aprendizado complementar voltado à prática de cidadania, a instituição sem fins lucrativos acredita em um mundo onde todas as pessoas possam participar ativamente da sociedade do conhecimento na condição de cidadãos autônomos, críticos e empreendedores.

Conheça, em resumo, alguns programas e projetos oferecidos pelo CPDI, gratuitamente.

Projeto Escola Rural – Atende jovens, filhos de produtores rurais nas necessidades referentes à tecnologia, principalmente na lida do campo.

Games – Tem como objetivo ampliar o acesso de jovens às oportunidades de trabalho na área de Programação.

Floripa App’s – Visa gerar talentos para a Tecnologia da Informação através do desenvolvimento de aplicativos para smartphones.

Informática Básica – O objetivo é fazer com que crianças e jovens tornem-se cidadãos pró ativos, participativos e geradores de transformações.

Reciclatec – A missão de fato é reciclar, recondicionar e dar um destino ambientalmente correto para os equipamentos de informática descartados.

60+ – Oferecido a pessoas com 60 anos ou mais, o projeto visa ampliar o acesso desse público às novas tecnologias e incluí-lo na era digital.

Projeto Fênix – Tem por finalidade ampliar o acesso de jovens ao trabalho por meio da capacitação de curso de manutenção e montagem de computadores.

Cidade Melhor – A intenção é estimular a cultura do descarte correto, promovendo um evento, que alia cultura, arte, lazer e informação de cunho ambiental.

Despertar – Ler, entender e saber – Tem como objetivo incentivar a leitura através do uso da tecnologia e favorecer o acesso a escritores e gêneros literários.

Informática na Educação

Na área da educação, é inegável que as novas tecnologias trouxeram outras perspectivas para o ensino. Tanto as práticas pedagógicas quanto o acesso a informação mudaram e evoluíram.

O uso da informática nas escolas possibilita muitos benefícios aos estudantes, que passam a ter um olhar mais critico e reflexivo do mundo.

A inserção da informática educativa propicia também aos professores desenvolverem atividades que estimulem a aprendizagem e o desenvolvimento dentro e fora da sala de aula.

Além de um elo entre a informação e o conhecimento, a tecnologia traz uma variedade de alternativas para o melhor aproveitamento das habilidades do aluno.

Isso sem contar que ferramentas tecnológicas podem ser um grande incentivo para a criatividade, uma vez que estimulam a busca por soluções práticas para os problemas do dia a dia.

Inclusão digital

Infelizmente, 3,5 milhões de crianças e adolescentes brasileiros nunca acessaram a internet, segundo uma pesquisa realizada pelo Comitê Gestor de Internet no Brasil.

Os dados, com a finalidade de investigar o acesso e o uso das novas tecnologias entre os jovens, revelam que 84% dos que acessam a internet são de áreas urbanas contra 59% de áreas rurais.

O levantamento apontou ainda a desigualdade sócio econômica como um entrave para a inclusão digital.

Enquanto 97% dos jovens brasileiros de classe alta são usuários de internet, apenas 51% das crianças e adolescentes de classe baixa têm acesso à rede.

Por isso, vemos a inclusão digital como uma prioridade para o impulsionamento do desenvolvimento econômico, social e político do país.

Gostou de saber mais sobre a democratização da informática, de conhecer projetos sociais e de conferir dados que interferem na inclusão digital?

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