Apesar de avanços pontuais nos últimos anos, a educação no campo ainda enfrenta desafios como a falta de estrutura e de investimentos para as escolas rurais no Brasil.
Infelizmente, o acesso a educação de qualidade para todos os brasileiros ainda é um sonho distante da realidade.
De acordo com dados apontados pelo estudo da Organização Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) é destinado para a educação pública.
Esse número é maior do que o índice em países ricos, como os Estados Unidos, por exemplo, que é de 5,4%. Mas, mesmo assim, o desenvolvimento escolar brasileiro não é bom.
Segundo o relatório, o problema do Brasil não está no volume dos gastos. E sim, na necessidade de aprimorar as políticas e processos educacionais, além de maior investimento por aluno.
A falta de estrutura enfrentada pela educação no meio rural do Brasil é um dos principais motivos do atraso no acesso às novas tecnologias.
De acordo com a pesquisa TIC Educação 2018, que analisou o uso das tecnologias de informação e comunicação em escolas do país, mais de 50% das escolas rurais não tem acesso a internet.
Enquanto isso, na zona urbana 99% das escolas têm computador e 98% acessam a internet.
Os dados também mostram o impacto que o uso das tecnologias refletem no desempenho escolar, uma vez que os alunos e também os professores recorrem a internet para adquirir informações e usam o computador para trabalhar com as ferramentas digitais que auxiliam no aprendizado.
Estimular os filhos de produtores rurais a permanecerem no campo é um desafio que o país precisa superar investindo nas escolas rurais, oferecendo estrutura e acesso a internet.
Com forte vocação para o agronegócio, o Brasil perde se estudantes que vivem no interior não tiverem acesso à tecnologia.
Fala-se muito que a educação de qualidade garante o progresso do país. Portanto, enquanto o governo tratar com descaso as escolas rurais ou até mesmo pensar em fechá-las, o desenvolvimento no campo é prejudicado. E a economia também perde com isso.
Como uma alternativa para diminuir a evasão escolar em áreas rurais, algumas escolas do campo adotam a pedagogia da alternância. Ou seja, intercala um período de convivência em sala de aula com outro de estudos em casa.
Essa metodologia aplicada em algumas escolas pelo país evita gastos adicionais com transporte e alimentação e possibilita ao estudante que ao retornar para casa aplique em sua propriedade as técnicas ensinadas durante as aulas.
No sul do Brasil, o Projeto Escola Rural, realizado pelo Comitê para Democratização da Informática (CPDI), adota a pedagogia de alternância em algumas instituições.
De acordo com Heitor Blum S.Thiago, executivo do CPDI, “o objetivo deste Projeto é atender jovens, filhos de produtores rurais nas necessidades referentes às tecnologias, de uma forma que esta venha trazer beneficio e os ajude nas necessidades de suas propriedades, fazendo que tenham uma visão empreendedora e percebam que não precisam deixar o campo para ter sucesso”.
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