Escolas rurais estimulam jovens a ficar no campo

Inegavelmente, manter os jovens no campo está sendo um dos grandes desafios de produtores rurais que vivem da agricultura familiar no sul do Brasil.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2006, havia cerca de 440 mil propriedades rurais no país. Em 2010, a pesquisa mostrou ainda que havia pouco mais de 300 mil. O que significa dizer, de acordo com os dados, que mais de 100 mil propriedades não obtiveram sucessão.

Além disso, poucas comunidades encorajam os jovens a debater e aprender soluções para os problemas das propriedades da família. Isso aliado a falta de incentivos contribui para que os filhos de produtores não sigam o trabalho dos pais. E, atraídos pelo modo de vida do meio urbano, acabam deixando o meio rural.

Entretanto, como uma alternativa para estimular jovens a permanecer no campo, o Projeto Escola Rural, idealizado pelo Comitê para Democratização da Informática (CPDI), em parceria com a Philip Morris Brasil, visa levar o aprendizado das novas tecnologias da informação e comunicação a jovens com pouco ou nenhum acesso a informática.

A escola como um espaço de inclusão digital

Destinado a estudantes de escolas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o Projeto Escola Rural sobretudo agrega muitas histórias de sucesso. São alunos, familiares, professores e gestores das instituições que acreditaram no Escola Rural e investem esforços para que a transformação social acontecesse por meio da inclusão digital.

A professora Vanessa Aparecida Stavni relata ainda que o projeto na Escola Municipal Prefeito Antonio Rafael Distefano, em São João do Triunfo, no Paraná, deu a oportunidade aos alunos de refletirem a respeito da importância da tecnologia no meio rural.

“O grande sucesso, para mim, foi no momento em que os alunos perceberam que a informática está ligada com o campo e que eles poderiam ajudar os pais em suas propriedades controlando os gastos, por exemplo, por meio de planilhas do Excel, conta animada.

Nesse sentido, promovendo também transformações nos espaços físicos das instituições, o projeto proporcionou à Escola Frederico Augusto Hannemann, de Vera Cruz, no Rio Grande do Sul, um painel fotovoltaico para redução de energia e conscientização ambiental, contribuindo assim para o objetivo 7 dos ODS, Energias Limpas e Acessíveis.

“Entre os principais benefícios trazidos pelo sistema de geração de energia fotovoltaica está a redução de perdas por transmissão e distribuição de energia, já que a eletricidade é consumida onde é produzida. Dessa forma oferece um baixo impacto ambiental, fornece maiores quantidades de eletricidade nos momentos de maior demanda e a conta de energia foi reduzida em quase 80%”, conta a gestora da instituição à época, Rosane Marli Petry.

Além disso, para os alunos do Projeto Escola Rural das Casas Familiares Rurais, nos municípios de Santa Cruz do Sul e Vale do Sol, no Rio Grande do Sul, a tecnologia contribuiu para uma mudança de perspectiva.

Contudo, a estudante Nádia Tenchima revela que o aprendizado que adquiriu durante as aulas do Projeto Escola Rural a possibilitou ver a propriedade como um negócio: “Diferente do que muita gente pensa, a tecnologia está totalmente ligada ao meio rural e nessas aulas podemos comprovar isso e utilizar todo conhecimento adquirido na prática. Isso faz a gente valorizar a propriedade”.

Nesse sentido, preocupados com a preservação do meio ambiente, a temática Lixo Zero é uma pauta bastante debatida em todas as escolas que participam do Projeto Escola Rural.

Em Santa Catarina, o desenvolvimento de robótica e a programação de aplicativos são trabalhados principalmente durante as aulas do Projeto Escola Rural.

Levar inovação ao meio rural, nesse sentido, pode ser uma das alternativas para diminuir o êxodo rural. Além de oferecer aos jovens do campo a oportunidade de estarem conectados à tecnologia.

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