Mulheres no mercado de tecnologia

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE, somente 20% dos profissionais que atuam no mercado do TI no Brasil são mulheres. E, conforme os dados, o problema não está na falta de conhecimento por parte do sexo feminino. Os números mostram que as profissionais de TI têm grau de instrução mais elevado do que os homens do setor, mas mesmo assim ganham menos do que eles.

Segundo dados da ONU Mulheres Brasil, isso ocorre porque as mulheres estão fora dos principais postos de trabalho gerados com a revolução digital que aconteceu no país. No entanto, “74% das meninas que ainda devem escolher uma profissão expressam interesse no campo da ciência, tecnologia e engenharia, mas o fato é que apenas 30% das pesquisadoras são mulheres”, afirma Adriana Carvalho, gerente dos Princípios de Empoderamento Econômico da ONU Mulheres Brasil.

Faltam mulheres na TI. Uma questão cultural?

Contudo, apesar da crescente importância da tecnologia para a maioria das empresas que buscam inovação e aumento da produtividade, faltam profissionais qualificados no mercado. Além disso, um dos fatores, segundo especialistas na área, é a falta de interesse das mulheres atuarem nesse setor. E essa questão pode ser sobretudo cultural.

Até porque desde muito cedo, as meninas são educadas para terem habilidades sociais e incentivadas a escolhas que não estão ligadas diretamente ao universo masculino. Aliás, alguns estudos acadêmicos mostram a influência da questão de gênero na escolha profissional e a conseqüência disso é prejudicial para toda a sociedade.

Além disso, a escassez de profissionais femininas no setor de tecnologia, assim como em outros setores considerados majoritariamente dos homens, dificulta o surgimento e a consolidação desse mercado. E sobretudo esse déficit de profissionais de TI é mais um desafio que a mulher contemporânea deve enfrentar no âmbito do trabalho.

Inegavelmente, outra questão arraigada no consciente coletivo devido à visão patriarcal da sociedade é o fato das mulheres receberem salários mais baixos do que os homens, mesmo quando há equivalência de cargos. Além disso, elas ainda enfrentam a desconfiança em relação a capacidade de trabalho e a discriminação tanto por parte dos homens quanto de outras mulheres.

Presença feminina atuante na tecnologia

Embora a realidade ainda não esteja alinhada com as evoluções do século XXI, historicamente as mulheres foram responsáveis por grandes revoluções no setor de tecnologia. Abaixo, listamos 3 nomes só para ilustrar que podem servir de inspiração.

  • Ada Lovelace – criadora do primeiro algoritmo da história
  • Dorothy Vaughan – computer da NASA
  • Susan Wojciki – CEO do Youtube

Portanto, para incentivar a atuação das mulheres no setor de tecnologia, algumas instituições promovem cursos e iniciativas na área, exclusivo para o público feminino.

Em Santa Catarina, o Comitê para Democratização da Informática (CPDI) está idealizando um curso de criação e desenvolvimento de aplicativos, somente para meninas que vivem em situação de vulnerabilidade social. A ideia é estimular o interesse de crianças e adolescentes de 9 a 14 anos na área de tecnologia. Além de dar oportunidades a quem vive em comunidades e, dessa forma, aumentar a representatividade delas no mercado de TI.

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