De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) deve cair em 2020 pela primeira vez em 30 anos. O agravamento da pandemia do coronavírus piora a situação.
Desde a primeira publicação, em 1990, a ONU revelou que via uma melhora do índice a cada ano, ainda que de forma desigual no mundo. Porém agora, deverá haver uma queda considerável no índice e os mais pobres serão os mais afetados.
Dessa forma, uma das estimativas do Banco Mundial é que 60 milhões de pessoas sejam jogadas a extrema miséria, durante a crise. Além da renda, a ONU estima que efeitos significativos serão sentidos no progresso em direção a educação, saúde, igualdade de gênero, trabalho não remunerado e violência.
Segundo a entidade, “espera-se que a queda no desenvolvimento humano seja muito maior nos países em desenvolvimento que são menos capazes de lidar com as conseqüências sociais e econômicas da pandemia do que as nações mais ricas”.
O levantamento da ONU apresentou também indicadores para medir a distribuição de renda entre a população de um país.
Em suma, com esse dado, o relatório apontou que quase um terço das riquezas do Brasil estão concentradas nas mãos dos 1% mais ricos. No Brasil, os mais ricos têm a segunda concentração de renda do mundo, ficando atrás apenas do Catar.
O PNUD também avaliou em 150 países o IDH ajustado as desigualdades. Ou seja, mediu a perda do desenvolvimento humano devido à distribuição desigual dos ganhos de IDH.
Dessa forma, nesta avaliação, o Brasil ocupou a 102ª posição no ranking mundial. Na América do Sul, o país foi o segundo que mais perdeu no IDH devido ao ajuste realizado pela desigualdade, ficando atrás apenas do Paraguai.
Na área da educação, de acordo com a Organização das Nações Unidas, 60% das crianças no mundo estão sem aula.
“Com as escolas fechadas e as divisões no acesso ao aprendizado online, estimativas do PNUD mostram que 86% das crianças no ensino primário estão agora efetivamente fora da escola em países com baixo desenvolvimento humano, comparado com apenas 20% dos países com desenvolvimento humano muito alto”, afirma a entidade.
De acordo com a União Nacional dos Estudantes (UNE), 58% das residências brasileiras não têm computador e 40% dos estudantes estão sem espaço adequado para estudar. Isso sem falar da falta de internet em 60% das casas das classes D e E.
A ONU defende que a desigualdade de renda precisa ser duramente combatida. Mas, também afirma que é preciso ter atenção à desigualdade de acesso à tecnologia e de formação, que pode ter efeito nas próximas gerações.
Com objetivo de ampliar o acesso às tecnologias de informação e comunicação e dar oportunidades de aprendizagem nessa área a pessoas de comunidades em situação de vulnerabilidade social, o Comitê para Democratização da Informática (CPDI) mantém seus programas e projetos sociais, mesmo em tempos de pandemia.
Para saber mais sobre nosso movimento para transformar vidas através da tecnologia, acesse www.cpdi.org.br
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